Conselheira tutelar que coagiu jovem agredida e disse que 'lésbica e ateia é coisa do demônio' segue atendendo no DF

  • 24/09/2025
(Foto: Reprodução)
Deputada Erika Hilton (PSOL) Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias A conselheira tutelar que coagiu uma jovem violentada pelo pai e disse que 'lésbica e ateia é coisa do demônio' segue atendendo jovens no Conselho Tutelar do Sol Nascente. Passado mais de um mês desde que as denúncias foram formalizadas, o g1 ligou nesta terça-feira (23) para a unidade do Conselho Tutelar. Na ligação, ouviu que Cláudia Damiana da Silva não foi afastada e segue atendendo crianças e adolescentes. Ao g1, o Ministério Público do Distrito Federal também afirmou que, apesar das denúncias, a conselheira tutelar não foi destituída, nem afastada, nem presa. O processo contra ela segue em análise. Em agosto, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) chegou a sugerir que o MP pedisse à Justiça a destituição e a prisão preventiva da conselheira (entenda abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. O g1 revelou que Cláudia Damiana é acusada de: violência institucional após comentários discriminatórios; coação psicológica; revitimização; exibição de conteúdo sensível para a jovem. 🔎 Violência institucional: é quando o agente público submete uma vítima de infração penal ou testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver a situação de violência ou gere sofrimento ou estigmatização. Violência, coação e ultimato Infância despedaçada: como curar o trauma do abuso sexual? O caso foi em 19 de setembro de 2024. Nesse dia, a vítima foi atendida por Cláudia Damiana na UPA do Sol Nascente – e durante a conversa, relatou ter sido vítima de violência psicológica e violência sexual cometidas pelo próprio pai. "ser lésbica e ateia é coisa do demônio" "vou te provar que Deus existe" "você precisa ler a Bíblia" "o que você está me dizendo é pecado" Em resposta, a conselheira tutelar disse uma série de ofensas e repreendeu a adolescente, com frases como: Depois, ainda segundo o relato da vítima, Cláudia Damiana deu um ultimato à jovem. "Você escolhe: mudar de cidade para um lugar desconhecido, com outra família, sem celular; ou ficar com sua mãe?" Já ao fim do atendimento, a conselheira tutelar teria mostrado à jovem uma foto com um conteúdo sobre automutilação. Após a visita de Cláudia Damiana, a adolescente de 17 anos tentou se matar. Uma medida protetiva de urgência foi aplicada contra a conselheira sob pena de prisão em caso de descumprimento. Suicídio: sinais de alerta, como ajudar e como buscar ajuda Suicídio: como pais e educadores podem trabalhar a prevenção Segundo o Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal, o último salário recebido pela conselheira tutelar foi em julho, um valor líquido de R$ 5.837,23. Em junho, ela recebeu R$ 9.092,23. O pedido de prisão A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou o Ministério Público do Distrito Federal, ainda em agosto, para pedir providências contra Cláudia Damiana da Silva. "Estou pedindo a prisão de Cláudia Damiana por homotransfobia - termo utilizado pelo STF ao criminalizar todas as formas de LGBTFobia - e pela indução ao suicídio", escreveu a deputada em uma rede social. A deputada diz que a "gravidade das condutas exige responsabilização imediata da conselheira, tanto na esfera administrativa quanto na penal". "Pois não basta ela apenas perder o cargo. Quem pratica a lesbofobia e induz uma pessoa em vulnerabilidade ao suicídio não precisa ser Conselheira Tutelar para fazer isso. Quero que ela pague por este crime vil. Que, na prisão, ela tente provar para as paredes a existência desse seu "Deus" deturpado feito à imagem de sua própria maldade", seguiu a parlamentar. "É necessária a decretação de prisão preventiva e a destituição do cargo de Cláudia Damiana, considerando que a medida não se limita à perda funcional, mas visa proteger crianças e adolescentes de uma pessoa que demonstrou comportamento criminoso e abusivo, inclusive por homotransfobia, conforme previsto pelo STF ao criminalizar todas as formas de LGBTFobia", escreve. "Quem pratica lesbofobia e induz uma pessoa em vulnerabilidade ao suicídio representa risco à sociedade e deve ser responsabilizado criminalmente, tanto para garantir justiça à vítima quanto para prevenir novos atos de violência institucional", segue Erika. Investigação em múltiplas esferas Além do Ministério Público (MPDFT), a Polícia Civil investiga o caso e a Comissão de Ética e Disciplina dos Conselheiros Tutelares (Cedicon) abriu um processo administrativo. Entenda abaixo como cada órgão apura o caso: MPDFT: começou o inquérito civil em 18 de agosto. O Ministério Público afirmou que os processos estão em andamento no âmbito penal e administrativo e que o MP está acompanhando. PCDF: a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM II), em Ceilândia, investiga o caso. Cedicon: começou o processo administrativo em fevereiro de 2025 após denúncia anônima na Ouvidoria do DF. Em junho, a comissão informou que o caso seguia em apuração e que Cláudia Damiana da Silva Teixeira tinha sido ouvida e informações foram solicitadas ao Conselho Tutelar do Sol Nascente. Precisa de ajuda? O ideal é sempre procurar ajuda de um profissional habilitado. O Ministério da Saúde divulga os seguintes canais: CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde). UPA 24h, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais Centro de Valorização da Vida – telefone 188 (ligação gratuita). O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip, 24 horas por dia, todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre a ligação gratuita. 📽️ Veja abaixo sobre a escuta protegida: 'Lei da Escuta Protegida' completa oito anos LEIA TAMBÉM: PRESO EM MINAS GERAIS: homem é preso após tentar estuprar e matar mulher em Águas Claras, no DF SOBRADINHO: menina de 1 ano cai em piscina, se afoga e é salva no DF; reanimação levou cerca de 30 minutos Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/09/24/conselheira-tutelar-que-coagiu-jovem-agredida-e-disse-que-lesbica-e-ateia-e-coisa-do-demonio-segue-atendendo-no-df.ghtml


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