Justiça vistoria bairro de Maceió após denúncias de rachaduras e afundamento do solo
22/07/2025
(Foto: Reprodução) Justiça Federal em Alagoas faz vistorias em bairro de Maceió
A Justiça Federal fez nesta terça-feira (22) uma vistoria em um bairro de Maceió em que moradores denunciaram rachaduras nas casas e afundamento do solo.
Autoridades e técnicos passaram a tarde conversando com moradores e inspecionando as cas. A reivindicação é antiga. Mais de três mil pessoas vivem entre a Lagoa Mundaú e o que restou do bairro Bom Parto. Parte do bairro foi desocupada por causa do afundamento do solo provocado pela mineração de sal-gema feita pela Braskem. A outra parte segue habitada.
Os moradores dormem e acordam com medo. E, quando a gente olha para as casas, logo descobre o motivo. Essa parede está torta, caindo para o outro lado. E há uma rachadura.
Quem vive na região relata que até tenta consertar as paredes, mas as fissuras reaparecem ou surgem em outros pontos.
"Nunca pensei na minha vida que a minha casa fosse ficar assim. Eu moro aqui há 33 anos e nunca tinha visto a minha casa assim. De lá para cá, minha casa está em uma condição dessa", diz a pensionista, Maria Conceição Silva.
Há 2 anos, a Defesa Civil Municipal classificou a região como área de monitoramento, e não de risco — como querem os moradores. Um dos objetivos da vistoria é entender se mais famílias precisam ser realocadas e discutir se elas têm direito a indenização.
"Só de andar e entrar nas casas, a gente percebe que existem patologias, fissuras, enfim, mais graves do que em outras áreas”, diz a procuradora da República Roberta Bomfim.
O problema começou em 2018, quando o solo passou a ceder em Maceió por causa da extração de sal-gema feita pela Braskem. O minério é usado na fabricação de cloro e soda cáustica.
Nos últimos sete anos, mais de 60 mil famílias tiveram que sair de casas e pontos comerciais em cinco bairros da capital.
Em nota, a Braskem afirmou que atua conforme o mapa de risco definido pela Defesa Civil de Maceió, com base em parâmetros técnicos, e que já destinou mais de R$ 12 bilhões em ações de compensação, monitoramento e realocação.
"Que esse acordo saia antes, e que as pessoas sejam contempladas com a realocação. Que cada um procure um meio de vida melhor em outra comunidade, em outra localidade, de forma mais humana", diz Fernando Lima, técnico em contabilidade e líder comunitário.
Justiça vistoria bairro de Maceió após denúncias de rachaduras e afundamento do solo
Reprodução/TV Globo